
Por que com o Caldeirão cheio o time do Vasco não consegue apresentar um futebol melhor? Ou melhor dizendo: Por que o time não consegue refletir em gols a superioridade técnica em campo? Ao ver o placar a impressão que se tem é que o Avaí “bateu de frente” com o time do Vasco. Mas não foi isso o que aconteceu. O time Cruzmaltino criou boas situações de gols, perdeu uma logo nos primeiros minutos do jogo, e ainda teve duas penalidades claras ao seu favor não marcadas pelo juiz e no final conseguiu o empate graças a uma tolice do zagueiro do time catarinense.
Se levarmos em conta as atuações do time fora de casa, veremos que a classificação é totalmente factível. E realmente na Copa do Brasil o time tem jogado melhor na casa do adversário do que na sua própria casa. E nessa mesma Copa do Brasil deixou bem encaminhado a classificação jogando nos domínios dos adversários. Mas que isso não traga acomodação do time, pois o jogo lá será difícil e o time do Avaí mesmo sem estrelas joga um futebol certinho e é perigoso nos contra-ataques.
Estamos confiantes na classificação. Digo isso baseado nas conversas que tive com muitos Vascaínos desde quinta-feira passada. Eu senti confiança em todos os Vascaínos com quem conversei e com quem troquei e-mails, e alguns disseram uma frase interessante: “O Vasco não é o Botafogo e muito menos o São Paulo!”. Simples assim. O atacante William ao final do jogo disse que lá, na Ressacada, eles iriam “ATROPELAR” o Vasco! Ele disse isso baseado nos jogos diante dos times que citei, ok! Mas ele não entendeu que o Vasco não passa pelos problemas técnicos do Botafogo, e nem tem os problemas de relacionamento que o São Paulo está tendo atualmente.
Mesmo no meio de uma campanha eleitoral por muitas vezes predatória, o time segue blindado e a equipe de futebol tem feito o possível para isolar o time desse ambiente conturbado de eleições. E na Ressacada o Vasco não precisa atropelar ninguém. Se o time jogar o que sabe e o que pode a classificação virá na certa. O time Cruzmaltino é melhor do que o time de Santa Catarina? É, disso não duvidamos. Mas acredito que só isso não basta. O time tem que refletir a qualidade que tem no campo. E eu creio que isso será possível. Simples assim.
Mas é claro que não podemos deixar passar as atuações não muito boas de alguns jogadores na partida de quarta-feira passada. O Alecssandro precisa se movimentar mais e a bola precisa chegar pra ele mais redonda. Eu creio que ele ainda pode fazer a diferença com toda a sua experiência, mas ele não pode sair de perto da área. O Diego Souza tem que jogar mais na organização do jogo se aproximando mais do ataque, mas sem esquecer-se de ajudar ao Felipe. O Éder Luiz... Bem... O Éder Luiz tem que treinar finalizações, ponto. Mas uma coisa ele tem de bom que está sendo pouco explorado: As jogadas de linha de fundo.
E o Fágner tem que voltar para a lateral direita. O Allan nos ajudou muito ali, mas já está na hora do titular da posição, o especialista, voltar para o seu devido lugar. E entre Márcio Careca e Ramon, eu ainda prefiro o segundo. Mas o Ramon precisa voltar a ser um bom marcador como antes. Eu me lembro em 2009 que ele ali na esquerda apoiava com eficiência e defendia com vibração. Ele precisa reencontrar a vibração de antes para render melhor, para o nosso bem e para o bem dele mesmo.
E sinceramente prefiro que a cabeça de área seja formada por Eduardo Costa e Fellipe Bastos. Não sei se o Rômulo entrando nesse jogo encardido vá conseguir frear as ações ofensivas dos jogadores do Avaí. E digo isso por causa da inatividade dele, e o jogo de amanhã será muito corrido, e ele vem de lesão, sei lá, eu temo por isso. O Eduardo Costa jogou bem no sábado, tem experiência e não é esse bonde todo que o Renato Mauricio Prado vem dizendo no Globo Esportivo. Aliás, o que esperar do Renato Mauricio Prado não é mesmo?!
Enfim, vamos jogar com um time que está se “achando” a Holanda de 1974. E tenho plena certeza que iremos colocar os pingos nos “is” amanhã, na Ressacada. E volto a dizer: Não somos Botafogo e muito menos o São Paulo.