
26 de agosto de 1995 é uma data importante na história recente do Vasco da Gama. Não ganhamos qualquer título, mas foi o dia que marcou a estreia de Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, mais conhecido como Juninho (ainda sem o Pernambucano, que só surgiu quando ele jogou junto com outro Juninho, o Paulista, em 2000).
Era a primeira rodada do Brasileiro e Juninho tinha acabado de chegar ao clube, vindo como contrapeso na contratação do atacante Leonardo, ambos ex-jogadores do Sport Recife. E o jogo acabou sendo um cartão de visitas do que faria na sua passagem de cinco anos no clube. Juninho não foi a estrela da partida: seu conterrâneo acabou marcando dois gols e Valdir Bigode outros dois (o último, uma pintura). Mas seu gol, o quarto da partida vencida – como não poderia deixar de ser – de virada, já mostrava a qualidade com que o então jovem com 20 anos batia na bola.
O Brasileiro de 95 acabou sendo um dos piores na história do Vasco. Com um elenco formado em sua maioria por jogadores que não deixaram saudades na torcida, terminamos na 20ª posição. Leonardo, o promissor atacante, foi dispensado; Juninho, o contrapeso, continuou no time.
E ele continuou para fazer parte da base que viria a ser a geração mais vencedora do Vasco e do futebol carioca nas últimas décadas. Juninho, junto com Edmundo, Mauro Galvão, Ramon, Felipe, Pedrinho, Evair, Carlos Germano e outros ganharam o Brasileiro de 1997 e iniciaram a série de seis títulos em quatro anos. Os elencos foram vários, mas Juninho sempre foi um dos seus protagonistas. Gols não foram tantos, mas muitos foram belos e alguns muito importantes, principalmente o gol sobre o River Plate, que nos garantiu na final da Libertadores em 98 (eternizado pelas arquibancadas no canto da torcida).
Apesar de tudo que fez pelo clube, a saída do Juninho do Vasco não foi agradável. A contrariedade do jogador é compreensível. Entre outras coisas, em 2000, seu último ano no clube, Juninho tinha um salário menos da metade menor que o Viola, reserva do ataque. Um momento claro da tristeza do jogador é sua comemoração no gol que marcou na final da Copa João Havelange: discreto, ele apenas beija a armadura que usou por seis anos e abraça seus companheiros. Insatisfeito com a diretoria, o jogador acabou saindo em litígio com o clube e, é bem verdade, de forma não muito correta.
Depois de 10 anos no exterior, sempre jogando em alto nível, conquistando muitos títulos e fazendo história nos clubes por onde passou, Juninho anuncia agora sua volta ao Vasco, o clube que o revelou para o mundo. E mais uma vez mostrando seu caráter, volta sem projetos de marketing e sem salários astronômicos: como sempre declarou, não queria voltar e jogar pela sua história. Juninho sugeriu receber um simbólico salário mínimo para atuar pelo Gigante e só receberá prêmios se o Vasco for campeão da Sul-Americana ou conseguir a vaga para a Libertadores (já não vai precisar mais ir para Libertadores pois ja estamos lá).
Por tudo o que representa para a história do Vasco, pelo respeito que sempre demonstrou ao clube e à sua torcida e também pelo que ainda pode fazer para ajudar o time no campo, a volta do Juninho é sim um grande presente a todos os vascaínos. Ele retorna agora, em um momento que voltamos à nossa tradição de conquistas. E podemos ter certeza que o Reizinho da Colina ainda vai escrever muitas páginas vitoriosas na sua história dentro do Vasco.
Por que deixei para fazer essa postagem somente hoje se Juninho ja oficializou sua vinda? Porque como diz o título, ele é rei e merece uma postagem somente para ele. Boa Sorte Juninho, esses sao os desejos da sua imensa torcida bem feliz!!! Saudações Cruzmaltinas.