Boa vantagem


O imaginado equilíbrio entre Vasco e Palmeiras no jogo de ida da primeira fase da Copa Sul-Americana durou 42 minutos. Depois de quase um primeiro tempo inteiro em que os ataques de ambos os times tiveram a colaboração das defesas adversárias – o que tornou o jogo movimentado e parelho – uma bola vinda de um escanteio encontrou Diego Souza e foi para as redes. Depois do primeiro gol, marcado no finzinho da primeira etapa, o Vasco não teve mais muitos problemas para bater o Verdão por 2 a 0 e deixar bem encaminhada sua classificação.

O discurso padrão de todo treinador que participa da competição é que sabe da importância da Sul-Americana e que levará a sério a disputa. Não foi o que pareceu pelo primeiro tempo de Vasco e Palmeiras. Os dois times jogaram de forma aberta e fizeram uma partida bem movimentada, diferente dos jogos do Brasileirão onde a precaução é a tônica. Não que fosse um jogo fantástico: as chances apareciam muito mais por vacilos da defesa que pelas jogadas diferenciadas. Os ataques se esforçavam e até deram trabalho para Fernando Prass e Marcos, mas não conseguiam abrir o placar. No Vasco, Bernardo parecia disperso e os destaques eram Diego Souza e Elton, que se não eram decisivos, pelo menos lutavam.

Antes do intervalo o acaso resolveu premiar quem parecia mais ligado na partida. No seu único lance relevante no jogo, Bernardo cobra o escanteio, a bola resvala em Renato Silva e explode no peito do camisa 10, indo para o gol longe do alcance do Marcos. Fomos para o intervalo com a vantagem de 1 a 0 no placar, o que deve ter motivado o curioso episódio: Felipão não desceu ao vestiário com sua equipe, aparentemente deixando as instruções aos jogadores a cargo do seu auxiliar.

A ausência do seu treinador parece ter prejudicado o Palmeiras, que voltou e não conseguiu manter o equilíbrio da partida. O Vasco passou a ter mais posse de bola e jogava com tranquilidade. Ricardo Gomes, numa atitude não muito ao seu feitio, colocou o Vasco mais à frente, tirando o Jumar – que errou dois passes perigosos em sequência – e colocando o Felipe. Diferente do jogo contra o Botafogo, o time com Juninho e o Maestro melhorou, acertando mais passes. Outra substituição foi a troca do apagado Bernardo pelo Leandro, que aumentou a velocidade do time. Felipão também fez suas substituições e o Palmeiras passou a levar mais perigo com o atacante Dinei, que entrou no lugar do Maikon Leite. O reserva teve duas oportunidades para empatar, uma defendida pelo Prass e outra que chegou a entrar, mas com o jogador em posição de impedimento. De resto, mesmo tendo um volume maior de jogo, o Verdão não conseguia acertar o último passe.

O Vasco acabou com as esperanças do Palmeiras aos 34 minutos, depois de Leandro acreditar em uma bola praticamente perdida, centrar para a área e Elton marcar de cabeça. Ricardo Gomes já havia promovido a estreia do Vitor Ramos – que entrou no lugar do Diego Souza – para reforçar a defesa e nosso adversário não conseguiu mais nos ameaçar.

Com dois de vantagem e sem sofrer gols em casa, o Vasco conseguiu uma boa vantagem para o jogo de volta, dia 25. É claro que nada está decidido, mas se mantivermos o nível de atuação que temos tido jogando fora de São Januário, podemos dizer que grande parte do trabalho foi feito hoje. O duelo que tinha tudo para ser o mais complicado da fase nacional da Sul-Americana acabou sendo o jogo que terminou com o placar mais dilatado. Agora é pensar na partida contra o mesmo Palmeiras, novamente na Colina, mas agora pelo Brasileiro. É manter a pegada, agora com o time considerado titular , e iniciar uma nova sequência de vitórias.